terça-feira, 21 de julho de 2009

Προμηθεύς - Prometeu!!! O homem modelo...

"Os benefícios que fiz aos mortais atraíram-me este rigor. Apoderei-me do fogo, em sua fonte primitiva: ocultei-o num cabo de uma bengala, e ele tornou-se para o homem a fonte de todas as artes e um recurso fecundo." - Ésquilo - Prometheus Desmontes, cerca de 463 a.C.

Na mitologia Prometeu e seu irmão Epimeteu tinham a tarefa de criar os homens e os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la depois de pronta, assim Epimeteu atribuiu a cada animal seus dons variados, de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, que deveria ser superior a todos os animais, Epimeteu gastara todos os recursos, assim, recorre a seu irmão Prometeu que roubou o fogo que assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto acorrentá-lo ao cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou corvo) ia dilacerar o seu fígado que, por ser Prometeu imortal, regenerava-se. Esse castigo devia durar 30.000 anos.
Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Hércules que, havendo concluído os seus doze trabalhos dedicou-se a aventuras. No lugar de Prometeu, o centauro Quíron deixou-se acorrentar no Cáucaso, pois a substituição de Prometeu era uma exigência para assegurar a sua libertação.

Goethe, descreve em seu poema (item abaixo), um homem extraordinário, que se nega a venerar deuses ou estar sob submissão de alguém. A partir de então Prometeu ficou conhecido como uma importante figura no Romantismo. Pela negação à submissão divina, e por criar um personagem pronto para viver em liberdade sem nenhuma repressão, Goethe criou uma figura compatível com a ideologia de Karl Marx, que passou a considerar Prometeu como seu herói favorito. Além dos românticos, Prometeu também era um homem modelo de Marx...


Estou lendo Ésquilo, e recomendo a todos os meus queridos leitores...

Leia e faça como eu, apaixone-se por Prometeu....




Προμηθεύς - Prometeu!!!

O poeta romântico alemão Goethe escreveu um pequeno poema de 8 estrofes sobre a lenda de Prometeu intitulado de Prometheus (1774):

"Encobre o teu céu, Zeus,
Com vapores de nuvens,
E, qual menino que decepa
A flor dos cardos,
Exercita-se em carvalhos e cristas de montes;
Mas a minha Terra
Hás-de me deixar,
E a minha cabana, que não construíste
E o meu lar,
cujo braseiro
Me invejas.
Nada mais pobre conheço
Sob o sol do que vòs, o Deuses!
pobremente nutris
De tributos de sacrifícios
E hálitos de preces
A vossa majestade,
E morrerías de fome, se não fossem
Crianças e mendigos
Loucos cheios de esperança.
Quando menino não sabia
Para onde havia de virar-me,
Voltava os olhos desgarrados
Para o Sol, como se lá houvesse
Ouvido para o meu queixume,
Coração como o meu
Que se compadecesse de minha angústia.
Quem me ajudou
Contra a insolência dos Titãs?
Quem me livrou da morte
Da escravidão?
Pois não foste tu que tudo acabaste,
Meu coração em fogo sagrado?
E jovem e bom, enganado
Ardias ao Deus que lá no céu dormia
Tuas graças de salvação?
Eu venerar você? E por quê?
Suavizaste tu jamais as dores
do oprimido?
Enxugaste jamais as lágrimas
do angustiado?
Pois não me forjaram Homem
O tempo todo-poderoso
E o Destino eterno,
Meus senhores e teus?
Pensavas tu talvez
que eu havia de odiar a vida
E fugir para os desertos,
Lá porque nem todos
Os sonhos em flor frutificaram?
Pois aqui estou! Formosos homens
À minha imagem,
Uma estirpe que a mim se assemelhe
Para sofrer, para chorar,
Para gozar e se alegrar,
E para não te respeitar,
Como eu!"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Hoje é o Dia Mundial do Rock!!!

Nasceu como uma atitude e continuará assim...

"Foi no dia 13 de julho de 1985 que músicos e cantores celebraram pela primeira vez o Dia Mundial do Rock. A ocasião foi o concerto Live AID, organizado pelo ativista e cantor Bob Geldof, que arrecadava fundos para a luta contra a fome na Etiópia e reuniu nomes como Paul McCartney, Queen, David Bowie e Led Zeppelin. A escolha da data não poderia ser mais propícia: o Live AID foi mais uma prova de que, mais do que um gênero musical, o rock n’ roll é uma atitude, um comportamento, onde a contracultura é apenas o estopim de uma geração inconformada com o status quo (situação atual).
O termo ‘rock n’ roll’ foi pela primeira vez utilizado em 1951 pelo disc-jóquei Alan Freed, ao se referir ao comportamento dos jovens brancos americanos que passaram a ouvir rhythm & blues, na época considerada música pagã por seus pais por ser criada e executada por negros. Foi apenas em 1954, que um rapaz branco, topetudo e sorridente juntou blues e boogie-woogie e grava "That`s All Right Mama", caracterizando assim o rock n` roll. Seu nome: Elvis Presley, um dos precursores do gênero". (http://msn.onne.com.br/cultura/materia/9510/rock-n-roll)



Ofereço então aos amigos... roqueiros de plantão:

Bruce Dickinson - Tears Of The Dragon

www.youtube.com/watch?v=689OuBJEzGA


http://www.youtube.com/watch?v=shfZzTJYZWs

domingo, 12 de julho de 2009

Notas sobre a insustentável leveza do ser...

Caríssimos, um dia desses, estava conversando com um amigo, e entre um cafézinho e muito papo, desbafos mútuos e conselhos! Que foram do pessoal ao papo-cabeça! srsr ... redescobri algo muito interessante, e quero compartilhar com vocês essa descoberta! Nós temos uma incontrolável sede de viver!!!!!!! E nessa ânsia pela vida, podemos nos magoar e magoar.... então como fazer? Deixar de viver determinadas situações ou vivê-las e depois lamentar...
Acredito que seja melhor viver, mesmo que depois tenha que me lamentar.... pode até ser uma forma meio suicida de viver... é algo a se pensar...
Como exemplo, destaco o filme Clássico, dos clássicos: "A Insustentável Leveza do Ser" (em checo Nesnesitelná lehkost bytí) é um livro publicado em 1984 por Milan Kundera. O romance se passa na cidade de Praga em 1968. Foi adaptado para o cinema pelo diretor Philip Kaufman sob o nome de The Unbearable Lightness of Being.
"Bom, o gênero romance é apenas a âncora para Kundera por em questão a filosofia pré-socrática de Parmênedes que dissertava sobre a relação peso/leveza. Segundo o filósofo, a problemática estava na dualidade do Ser, onde afirmava que esta dualidade surge da presença e da ausência de entidades. Por exemplo, o frio é apenas a ausência de calor, as trevas são a ausência de luz, então, embora estejamos acostumados com o novo pensamento lógico da vida, para este filósofo a relação leveza/peso afirma o peso como ausência, não como não-leveza.
A partir desta teoria (530 a.C – 460 a.C), Kundera constrói Tomas, um personagem que se recusa a carregar o peso da vida, vivendo sem nenhum compromisso com quaisquer problemas sejam de ordem política, nas relações amorosas, enfim, o personagem escolhe ser "leve", ou seja, livre. Mas Kundera nos leva aos poucos à meditação Nietzscheana, quando pondera sobre o Eterno Retorno, teoria que prevê o angustiante vazio para quem assume levar uma vida linear, longe de buscas e aventuras.
Segundo Nietzsche a vida é um eterno retorno, porque precisamos, temos a obrigação de errar e voltar a errar quantas vezes for necessário desde que não cometamos o primário erro humano de levarmos uma vida dentro de um ciclo de mesmices. Esta teoria de Nietzsche nos convence, em suma, a levarmos uma vida de liberdade, uma vida que valha a pena ser vivida.
Trata Kundera, ainda, da questão da Compaixão, sob o aspecto filosófico das línguas germânicas e latinas, Kundera discute a partir dos significados. Através da história, vemos que Compaixão nada mais é que um terrível sentimento de superioridade de um indivíduo sobre o outro que sofre. E na incapacidade egoísta deste indivíduo superior de sentir a dor do outro, faz com que o outro sofra duas vezes sua dor. Kundera utiliza-se desta metáfora para construir a relação de Tomas com Teresa, porque Teresa é uma moça simples, do Interior, enquanto Tomas é um rapaz rico, médico renomado e muito bonito. Mas ainda existe Sabina, mulher com quem Tomas mantém uma realação amorosa de liberdade longe dos padrões pré-estabelecidos. Esta mulher é como se fosse a versão feminina do personagem.
É um livro gostoso de ler, vocês terão a companhia do próprio Kundera que se retira da narrativa muitas vezes para passar para o leitor em que terreno filosófico ele está pisando, na forma de rodapés, no decorrer da história. Fantástico. Obrigatório, porque considero uma pena não termos acesso a Parmênedes, Nietzsche e Sartre. Mas não há mais desculpas, é só ler
A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera e através de uma história de romance que se passa em Praga, em plena invasão russa e tenho certeza que este é um tipo de livro que muda nossa vida, desses que, como disse no início lêem-se mais de uma vez. É o que pretendo fazer esta semana. Reler A Insustentável Leveza do Ser".
Pesquisando um pouco sobre o tema, duas coisas posso destacar a vocês de imediato! Vale a pena ler o livro, quem preferir assistir ao filme, também recomendo, mas aviso que o livro tem uma poética e uma filosofia que talvez o filme não capture.... fica a dica aos amigos...
"...Enquanto as pessoas são novas e as partituras musicais das suas vidas ainda só vão nos primeiros compassos, podem compô-las em conjunto e até trocarem temas (como Tomas e Sabina trocaram o tema do chapeu de coco). Porém, quando se conhecem numa idade mais madura, as suas partituras musicais já estão mais ou menos acabadas e cada palavra, cada objecto, tem um significado diferente na partitura de cada uma..."

"O peso da vida, para Kundera, está em toda forma de opressão. O romance mostra-nos como, na vida, tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável. Apenas, talvez, a vivacidade e a mobilidade da inteligência escapam à condenação -- as qualidades de que se compõe o romance e que pertencem a um universo que não é mais aquele do viver" (Italo Calvino )

SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003.
Sites consultadoa:

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"As marcas e cicatrizes ficam para nos lembrar:


- da vida,

- do que fomos,

- do que fizemos,

- do que devemos evitar"

A Química da Paixão....


Caros leitores, estava assistindo a uma reportagem essa semana na tv aberta, e logo depois acabei lendo um artigo, vou por o título para quem tiver interesse em lê-lo: artigo "A Paixão sem Mistérios? A Anatomia, a Química e a Biologia do Amor"...


A pesquisadora (Dra. Hazan) identificou algumas substâncias responsáveis pelo Amor: dopamina, feniletilamina e ocitocina.


Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte. Ainda assim, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos - e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente - a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tolerância -, e permanece junto.


Mas fica a questão...até que ponto a paixão é simplesmente uma reação química ?